A Disfunção Erétil (DE) tem como significado conhecido como a incapacidade de ter ou manter uma ereção regular para um desempenho sexual aceitável e esse é um quesito de saúde mundial, pois em torno de 50% dos homens com 40 anos de idade ou mais, sofrem com esse transtorno.
Podemos destacar a aterosclerose e a hipertensão arterial sistêmica (HAS) estão entre as principais etiologias de disfunção erétil (DE) vasculogênica. Neste texto temos como objetivo verificar quais são os efeitos da terapia por ondas de choque extracorpórea na disfunção erétil masculina.
Foram analisados prontuários dos pacientes homens, com o diagnóstico clínico de disfunção erétil, que se submeteram a técnica de Terapia Extracorpórea por Ondas de Choque na Clínica para Homens, no ano de 2019 e 2020 para compor o texto.
Terapia por ondas de Choque (TOC)
O que é?
A Terapia por Ondas de Choque (TOC) – traduzido do inglês, Extracorporeal ShockWave Therapy (ESWT) – é um recente método que tem sido utilizado para tratamento de algumas patologias musculoesqueléticas. É uma metodologia não invasiva, feita em consultório, com bom benefício e resultado para o paciente.
Como funciona?
A TOC ( Terapia de ondas de choque) corresponde a uma aplicação, no local da lesão musculoesquelética, de uma sequência de pulsos mecânicos sonoros de alta energia e alto gradiente de pressão, os quais geram um processo chamado de mecanotransdução.
Essa energia penetra no tecido lesado e gera cavitação (rompimento de microbolhas com consequente microrroturas teciduais). Isso provoca reações bioquímicas intracelulares, aumento da vascularização (neoangiogênese) e da celularidade. Finalmente, há estimulo do processo regenerativo tecidual.
Além do fator analgésico e regenerativo tecidual, a TOC (terapia de ondas de choque) também é empregada em casos de pseudoartrose óssea, pois tem o poder de reproduzir proliferação óssea e remodelação do esqueleto.
A aplicação destas ondas é feita através de ponteiras, que podem ser focais (geram energia em um foco) e radiais (divergem de um foco). Podemos verificar que a ponteira escolhida, o número de sessões, intervalos, intensidade e frequências da TOC sofrem variação de acordo com a patologia e tolerância de cada paciente. Fiquem tranquilos esse é um procedimento indolor.
Indicações a esse tratamento
Hoje em dia, existem indicações e contraindicações formais aprovados pela International Society for Medical Shockwave Treatment (ISMST) para o uso de TOC em patologias musculoesqueléticas e igualmente lesões de pele.
Além do mais, inquirições têm sido realizadas para tratamentos de síndrome dolorosa miofacial, espasticidade, na área estética, dentre outras.
Para aqueles que achavam que esse equipamento serveria apenas para a Disfunção Erétil, vão ficar espantados com o número grande de utilidades para esse equipamento tão revolucionário da medicina Moderna.
A nível de curiosidade esse equipamento foi criado inicialmente para quebrar os calculos renais de forma indolor, posteriormente descobriram o efeito regenerativo do equipamento e o utilizaram na Ortopedia para regenerar lesões articulares.
Depois de muitos anos descobriram a grandeza desse equipamento, foi então que passaram a utilizar na Cardiologia para regenerar vasos e atualmente para o Tratamento da Desfunção Erétil.
O shock wave pode ser utilizado para:
Patologias Musculotendíneas
⦁ Tendinopatias crônicas;
⦁ Tendinopatia calcificante do ombro ;
⦁ Epicondilopatia lateral do cotovelo (“cotovelo de tenista”);
⦁ Síndrome da dor do trocanter maior (bursite trocantérica);
⦁ Tendinopatia patelar;
⦁ Tendinopatia de Aquiles;
⦁ Fascite plantar, com ou sem esporão do calcâneo.
Patologias ósseas
⦁ Recuperação óssea retardada;
⦁ Não-União Óssea (Pseudoartrose);
⦁ Fratura por estresse;
⦁ Necrose óssea avascular sem desarranjo articular;
⦁ Osteocondrite dissecante sem desarranjo articular.
Patologias da pele
⦁ Feridas não cicatrizantes;
⦁ Úlceras cutâneas;
⦁ Feridas por queimadura não circunferenciais.
Contraindicações para esse tratamento
Ondas radiais e focalizadas com baixa energia
⦁ Tumor maligno na área de tratamento (não como doença subjacente);
⦁ Gravidez, quando feto na área de tratamento.
Ondas focadas em alta energia
⦁ Tecido pulmonar na área de tratamento;
⦁ Tumor maligno na área de tratamento (não como doença subjacente);
⦁ Placa epifisária na área de tratamento;
⦁ Cérebro ou medula espinhal na área de tratamento;
⦁ Coagulopatia grave;
⦁ Gravidez, quando feto na área de tratamento.
A Importância das Ondas de choque na vida das pessoas.
A impotência sexual é trauma comum e infelizmente tende a piorar com a idade. Neste texto vamos destacar alguns fatores de risco que estão relacionados a aterosclerose e obstrução vascular peniana que levam a impotência, tais como:
1 – diabetes,
2- hipertensão arterial
3-hipercolesterolemia
4- obesidade
5-tabagismo
6- sedentarismo.
Além disso, alterações hormonais e fatores psicogênicos podem colaborar para o quadro.
Uma análise detalhada é essencial para a identificação da causa da impotência e com esses detalhes ter um planejamento terapêutico ideal para combater a impotência.
Medicamentos via oral e injetável tem sido utilizado para dilatar os vasos sanguíneos penianos, melhorando a ereção durante o período de ação do medicamento.
Nos últimos anos, a aplicação peniana de ondas de choque de baixa intensidade (ESWL) vem se mostrando uma escolha segura e eficaz para o tratamento para a impotência sexual de origem vascular.
Publicações internacionais têm demonstrado benefício e melhora da ereção em graus variados nos pacientes analisados.
As ondas de choque são aplicadas diretamente no pênis em sessões frequentes, produzindo a circulação local, podendo ser utilizada de forma isolada ou em associação a outras formas de tratamento.
Além do procedimento específico, medidas gerais para o controle dos principais fatores de risco são importantes para aumentar as taxas de sucesso e para a manutenção dos resultados a longo prazo.
Ondas de Choque no Tratamento da Disfunção Erétil
O tratamento da disfunção erétil (DE) já é bem definido, sendo composto principalmente pelo uso de drogas orais facilitadoras de ereção (Inibidores da Enzima Fosfodiesterase tipo 5 – 5PDEi), injeção intracavernosa e o implante de prótese peniana para os casos não respondedores a terapia farmacológica.
A busca por novas possibilidades para tratamento dessa enfermidade, que é tão prevalente no público masculino a partir da quarta década de vida, continua ininterrúpto.
Diversas peculiaridades no tratamento vêm sido recomendadas e estudadas, e variam desde a terapia com células troncos até a utilização da medicina endovascular. Dentre essas características de tratamento a que tem se mostrado com uma maior notoriedade é a Terapia de Choque Extracorpórea com Ondas de Baixa Intensidade (TCEOBI).
A TCEOBI, é considerada uma terapia de reabilitação peniana, pois é baseada na condição de que irá restaurar o mecanismo de função erétil, por intermédio do uso de ondas de baixa intensidade, permitindo com que o homem volte a apresentar ereção espontânea.
Como funciona o Shock wave e a verdade sobre esse equipamento
São ondas acústicas que geram um impulso de pressão e com ele trazem energia que se propaga por um meio. Seu grau de intensidade pode ser modulado o que permite o controle de sua concentração no local desejado. Quando a onda de choque atinge um órgão, ela se relaciona com seus tecidos atuando como forças micromecânicas transitórias e propiciam alterações biológicas.
Ondas de choque extracorpóreas vem sendo estudadas e utilizadas por diversas áreas da medicina. Quando em alta intensidade a terapia de ondas de choque é empregada para quebrar cálculos renais e ureterais. Em média intensidade, as ondas de choque mostraram propriedades anti-inflamatórias e são utilizadas no tratamento de diversas patologias ortopédicas, como: fraturas, tendinites e bursites.
Ondas de choque em baixa intensidade apresentam propriedades angiogênicas (formação de vasos) e são utilizadas no manuseio de feridas crônicas ou de difícil cicatrização, neuropatia periférica e revitalização de tecidos cardíacos.
Quando ondas de choque de baixa intensidade (OCBI) são aplicadas em um órgão há uma interação com seus tecidos mais profundos levando a um stress mecânico e a microtraumas, também conhecidos como lesão em cisalhamento. Essa lesão libera uma cadeia de eventos angiogênicos que induzem a neovascularização e o aumento do fluxo sanguíneo tecidual.
Considerando que a disfunção erétil se dá, principalmente, pela ausência de fluxo sanguíneo adequado nos corpos cavernosos sugeriu-se que o uso das TOCBI induzir a neovascularização local, aumentando o fluxo sanguíneo e consequentemente melhorando a ereção.
Alguns estudos demonstraram uma resposta eficaz dos pacientes após a aplicação da TCEOBI, principalmente aqueles pacientes em que a origem da DE se dá por alterações vasculares. Segundo as pesquisas, esses pacientes melhoram como resultado ao uso dos 5PDEi associado ao shock wave e passam até a não precisam mais usá-los para desenvolver uma ereção satisfatória para penetração.
Aparentemente, os pacientes com maior potencial de benefício seriam aqueles com (DE) de origem vasculogênica devido aos resultados preliminares na função endotelial.
Consequentemente, a TCEOBI é uma arma terapêutica promissora para a reabilitação peniana de homens com DE de origem vasculogênica. Ela é uma terapia segura e indolor com efeitos duradouros.
Atualmente existem opções de procedimentos já instalados na sociedade para a DE, tratamentos estes que utilizam linhas específicas de atuação, dependendo de cada indivíduo onde a abordagem deve ser de maneira integral levando em consideração os aspectos biopsicossociais.
Dentre as formas desses critérios existe a readaptação de hábitos de vida que visa uma melhora holística onde há o aconselhamento para o controle em relação ao sedentarismo, estresse, obesidade, uso de drogas ilícitas, tabagismo, alcoolismo, entre outros, com finalidade de melhoria da função erétil.
A psicoterapia é uma possibilidade em casos raros quando já se tem o diagnóstico médico definido que exclui causas orgânicas, onde se busca uma abordagem até mesmo para o casal e não somente para o paciente, ou uma abordagem específica para o portador da DE, trabalhando em cima de experiências de ansiedade, experiências sexuais prévias, educação sexual, entre outras.
O tratamento medicamentoso, utilizando medicação e acompanhamento com o Andrologista que realiza a Terapia Extracorpórea Por Onda De Choque (Extracorporeal Shock Wave Therapy – ESWT) é uma série de ondas acústicas que se caracterizam por um pico de grande aumento de pressão de modo rápido, com um tempo de terapia reduzido e com uma rápida propagação tridimensional. Se baseia em aplicações diretas em áreas específicas com 2-8 mm sem causar danos permanentes e de modo em que se otimize os efeitos terapêuticos e reduzindo assim os efeitos nocivos em outros tecidos.
A terapia tem como efeito celular uma reação que pode se assemelhar a cavitação e ao cisalhamento, onde há um colapso dentro e fora das células por meio de bolhas.
A Terapia Extracorpórea Por Onda De Choque se apresenta como uma potencial solução para a disfunção erétil, sendo o único método até o momento atual que apresenta alterações no tecido erétil disfuncional, mostrando potencial em restituir a capacidade de obter uma ereção natural ou espontânea ou mesmo como auxílio ao melhorar a resposta erétil.
O uso desta técnica de tratamento já foi verificado e relatado anteriormente em outros estudos que comprovam a sua efetividade, mostrando que as ondas acústicas transportando energia em um alvo focado interagem com tecidos profundos, causam estresse mecânico e micro traumas onde se estimula a angiogênese.
O objetivo deste trabalho foi verificar quais são os efeitos da Terapia Extracorpórea Por Onda De Choque (ESWT) na vascularização peniana em pacientes com disfunção erétil masculina.
METODOLOGIA
Foi realizado um estudo epidemiológico, retrospectivo e descritivo, através da análise de prontuários onde fizeram parte deste estudo, prontuários de pacientes do sexo masculino. Foram analisados os prontuários dos pacientes homens, com o diagnóstico clínico de disfunção erétil, que se submeteram a técnica de Terapia por Ondas de Choque Extracorpóreas no ano de 2019 e 2020.
Os dados foram coletados a partir das informações presentes nos prontuários, utilizando a ficha de avaliação previamente utilizada constando: sexo, idade, tipo de disfunção, diagnóstico clínico e o tratamento proposto.
O protocolo realizado para o tratamento da disfunção erétil através da Terapia por Ondas de Choque Extracorpóreas consiste em 10 sessões divididas em: uma vez na semana durante 02 meses, seguindo para uma vez a cada 15 dias durante 02 meses, e uma vez por mês durante 02 meses, totalizando assim um total de 06 meses de tratamento.
Esse é somente um dos protocolos, a lembrar que o mínimo descrito na literatura seria de 5 sessões, sendo uma por semana, para se ter um resultado significativamente melhor.
Sendo que os pacientes são avaliados inicialmente e ao final do tratamento por meio de um Doppler peniano que avalia o fluxo sanguíneo da artéria cavernosa direita e esquerda.