O início de uma relação amorosa é de extrema importância e pode ser decisivo para um relacionamento futuro. Conforme a evolução desse relacionamento o casal vai se conhecendo criando expectativas entre si.
Na sua opinião, o desejo sexual sobrevive com o passar do tempo?
Após pesquisas com casais heterossexuais com avaliações a cada seis meses, buscou associar satisfação conjugal com satisfação sexual e frequência sexual chegou-se à conclusão de que existem fatores que podem influenciar na relação, o desejo se mantém e o sexo faz parte dos pensamentos dos casais que são mais felizes juntos.
Conviver com alguém com costumes diferentes do seu não é uma tarefa das mais simples, exige paciência, compreensão, negociações e ajustes.
A convivência conjugal, a rotina, pressão profissional, tudo isso faz com que divergências de pensamentos surjam ao longo do tempo. O casamento então impõe a convivência, onde os episódios da vida serão vivenciados pelo casal um diante do outro nas situações mais inusitadas.
Tudo isso faz o glamour e a magia daqueles que não se conhecem profundamente vão se desfazendo e o brincar de casinha vai dando margem ao real. Momentos que precedem uma noite de sexo, os cônjuges, no casamento, já discutiram as responsabilidades contas, filhos, etc.
Daí a necessidade de se abstrair deste universo doméstico para viver o prazer. Muitos casais conseguem tal intento, entretanto aqueles que não lerem esse texto estão fadados a morrem na praia.
Por dentro do problema
Quando falamos em sexo e sexualidade no casamento ou união estável somos impactados pelas questões comportamentais. Agora estamos falando da convivência 24 horas por dia, 30 dias por mês e 365 dias por ano de duas pessoas diferentes oriundas de núcleos familiares e modos de vida distintos que decidem compartilhar momentos, sonhos, a vida, passando a construir e evoluir juntos. Podemos definir que uma boa vida sexual depende de uma boa convivência.
Diversos motivos interferem no desejo sexual do casal e consequentemente no seu desempenho, dentre estes ressaltamos: o stress do dia a dia, o excesso de atividades laborativas, o cansaço, os filhos, a falta de intimidade e diálogo, o envelhecimento (restrição hormonal), drogas (alguns fármacos diminuem a libido), brigas e desgastes de relacionamento, falta de cumplicidade, distanciamento, menopausa, andropausa, entre outros.
As mulheres e os homens se expressam de maneiras diferentes. O desejo sexual feminino e masculino é divergente. Os hormônios femininos influenciam muito na personalidade da mulher, o que em sua maioria as torna menos objetivas em suas escolhas, a subjetividade domina no planeta da mulher, por outro lado estas agem com mais afetividade e pela intuição.
Os homens, por sua vez, são muito objetivos em suas escolhas e tendem a ir diretamente ao ponto, eles são mais práticos. Para o homem o sexo vem revestido da ideia da penetração e para a mulher o sexo está ligado à sensualidade, ao toque e às preliminares.
A mulher não consegue durante o sexo desligar e esquecer as discussões e os problemas do dia a dia, sendo que para ela os momentos de cumplicidade é que levariam ao sexo. A falta de desejo da mulher muitas vezes provém da falta de disponibilidade do homem de estar com ela fora do leito conjugal.
Os homens, em sua maioria, por outra perspectiva, não têm paciência e o cuidado com a necessidade de diálogo das mulheres, bem como a necessidade de afeto e proximidade antes das relações sexuais. Há uma reclamação gradativa que as mulheres constantemente se declaram exaustas para o ato sexual e sempre desejam discutir os problemas do cotidiano no leito conjugal.
Todo casal tem na sua intimidade o seu ritmo em sua frequência sexual. Apesar disso, em determinadas oportunidades há uma disparidade entre as necessidades fisiológicas dos cônjuges, e neste momento podemos nos deparar com um conflito grave.
Tal disparidade poderia ocasionar relacionamentos extraconjugais ou uma brecha nos laços matrimoniais. Aqui há a quebra da confiança, das juras de amor eterno, dos sonhos, da rotina doméstica e de toda uma vida em comum, pois a sexualidade precisa ser preservada, estimulada e alimentada pelo casal.
Todas estas etapas da vida do casal são essenciais para mapearmos a importância que o sexo detém nos relacionamentos matrimoniais. Estudos, buscam desvendar desta realidade vivenciada pelo casal com o foco nas relações sexuais. O objetivo deste texto é fazer uma abordagem da vivência do casal sobrepondo dois momentos desta relação: antes do início do enlace matrimonial e após o enlace matrimonial.
Desta forma poderemos de uma forma mais concreta e prática, trazer à tona todo este universo vivido “entre quatro paredes”.
Sexualidade no Casamento
Com o início do casamento passamos a dividir o mesmo teto, as relações sexuais que eram esporádicas no período anterior à formalização da união passam a ser habituais e socialmente aceitas pelos mais conservadores. Algumas pessoas, iniciam sua vida sexual neste momento, passando à descoberta do outro e do caminho ao prazer.
Nesta busca todos os sentidos são disponibilizados para que a tão sonhada intimidade e orgasmo ocorra nos indivíduos. O homem tem a visão como um dos seus sentidos mais aguçados. Já na mulher o sentido tátil é o mais apurado no que se refere às questões sexuais.
Esta descoberta do prazer do outro passa pelo olfato (onde várias pesquisas com feromônios estão sendo realizadas), a audição (aqui temos a presença de músicas e da fala sexual), a gustação (alimentos afrodisíacos, bebidas, calcinhas comestíveis, gel com sabores diversos, etc.) e o tato é o sentido mais eficaz sobre a atividade sexual.
O tato traz diretamente a estimulação e excitação sexuais, facilitando os processos físicos de excitação.
A relação sexual está diretamente ligada à qualidade de vida de um indivíduo. Um personagem satisfeito com sua sexualidade demonstra-se menos influenciável às adversidades cotidianas assimilando melhor os obstáculos que a vida lhe propõe.
A satisfação sexual equilibra e estabiliza uma pessoa. Um ser satisfeito sexualmente possui uma qualidade de vida muito mais saudável. Hoje o casamento está mudando sua roupagem, pois até há poucas décadas, este tinha várias definições, mas o prazer sexual não se adequava, na maioria dos casos, como uma de suas funcionalidades.
Atualmente o jovem casal já busca no casamento a plena satisfação sexual. O prazer individual e do parceiro passou a ser um ponto chave nos novos relacionamentos.
Entretanto, ainda vemos muitos casais que apresentam um grau de satisfação sexual deficiente nestas uniões.
Muitos são os fatores que podem influenciar esta realidade desta nova vida em comum e alguns destes problemas, quando não são devidamente compartilhados pelo casal, podem ocasionar uma quebra nesta união regida por amor.
Problemas relacionados à sexualidade
Esta é a realidade vivida por muitas mulheres casadas. Vamos descrever alguns problemas mais frequentes que homens e mulheres enfrentam em seus casamentos ou uniões estáveis.
Como destaque ainda persiste o problema do vaginismo quando não tratado ou acompanhado anteriormente ao casamento, pode ocasionar sérias deficiências. Encontramos também os problemas ligados ao desejo feminino. Se uma mulher não sente desejo em manter relações sexuais com seu parceiro ou este desejo é exacerbado, por exemplo, causando problemas à união, esta alteração chama-se de “desejo sexual a motivação subjetiva da mulher em procurar e se dispor a contatos e comportamentos de cunho sexual.”
Esta ausência de desejo pode ser dividida em cinco tipos:
⦁ Desejo sexual hipoativo – motivação para o comportamento sexual diminuído, falta de motivação renovada para o contato sexual;
⦁ Ausência do Desejo Sexual – falta da motivação para o contato sexual;
⦁ Inadequação sexual do casal – diferenças de expressão da motivação coital, geralmente demonstrada pela diferença de quantidade ou de formas do desejo sexual;
⦁ Parafilias – embora de pouca expressão para o contexto do gênero feminino pode aparecer de modo distinto;
⦁ Hiperorosia ou comportamento sexual compulsivo – manifesto na busca exagerada de contatos sexuais, trata-se de sintoma de característica psicopatológicas específicas;
⦁ A dispareunia é a dor genital durante o coito. Esta pode ter origem orgânica ou psicológica. Várias são as causas orgânicas que podem dar origem à dor (ausência de lubrificação, endometriose, pólipos, infecções locais, doenças sexualmente transmissíveis, diabetes, cicatrizes vaginais, útero invertido, etc).
As causas psicológicas podem ser originadas de várias formas: educação sexual repressiva, religiosidade, culpa, traumas, inibição, falta de informação sexual adequada, estresse, esgotamento, ansiedade, etc.
A mulher ainda pode ser diagnosticada com o transtorno de excitação sexual que é definido pela incapacidade persistente ou recorrente de obter a resposta de lubrificação própria da fase de excitação até o fim da atividade sexual.
Este transtorno pode ter origem primária, onde a mulher nunca teve prazer em relações sexuais. Pode ser situacional onde a mulher não responde aos estímulos somente em determinadas circunstâncias. Ou em todos os casos. Ambos precisam ser avaliados por um Andrologista.
Como contornar os problemas sexuais?
Em um relacionamento onde há amor todas ou quase todas as barreiras podem ser vencidas com diálogo e compreensão. Quando um problema se apresenta no cotidiano destes personagens o debate ainda é a melhor solução.
Os amantes devem ser cúmplices para a solução sadia da relação buscando de maneira equilibrada os melhores resultados. Entretanto, os casais nem sempre quando se deparam com um problema sexual estão devidamente harmonizados ou apresentam um grau de maturidade e intimidade suficientes para discutirem e solucionarem o problema sem a devida ajuda de um médico Andrologista.
Neste momento faz-se necessário que um profissional especializado em sexualidade integre esta relação buscando um ajuste para que estes voltem a harmonizar sua relação.
Algumas técnicas são utilizadas em praticamente todas as terapias sexuais visando à melhoria de sua qualidade ou a solução do problema apresentado. Entretanto, cada caso é peculiar e único podendo o profissional responsável adotar técnicas com grande êxito, respeitando-se a individualidade do casal.
Muitos casais reclamam que devido à rotina estressante não conseguem relaxar quando chegam em casa, o que dificultaria que estes usufruam adequadamente de uma intimidade sexual com seu parceiro.
Os homens que buscam a ajuda de um médico Andrologista com estes quadros apresentam antes do tratamento um descompasso, uma desarmonia devido a diversoso motivos como Impotência Sexual, Ejaculação Precoce e muito mais.
Antes de iniciar qualquer tratamento é necessário questionar aos parceiros qual seria o tempo que realmente estariam dispostos a reservar para que as relações sexuais aconteçam de forma prazerosa.
Aqui é imprescindível o desejo do casal de estar junto não por conveniência, medo, culpa ou qualquer outra razão, mas sim pelo prazer da companhia do outro. O relaxar para se obter o prazer é essencial.
A Sexualidade e o Envelhecimento
A sexualidade corresponde a uma função vital humana, na qual intervém múltiplos fatores biológicos, psicológicos, sociais e culturais transmitidos de geração em geração.
A prática sexual não se extingue com o envelhecimento, desmistificando a ideia de que o idoso é um ser assexuado. Objetivou-se, portanto, analisar o perfil sexual de um grupo de idosos não institucionalizados, bem como analisar os fatores que interferem na atividade sexual.
Vários Estudos descritivos, com abordagem quantitativa, desenvolvido com idosos participantes do Projeto de Extensão “Envelhecimento Saudável: integração ensino comunidade na promoção à saúde e prevenção de doenças na população idosa” das Faculdades de Enfermagem e Medicina Nova Esperança.
A amostra foi composta por 67 idosos que responderam a um questionário. Os resultados revelaram que a maioria dos participantes (73,1%) eram sexualmente inativos, os quais, em sua maioria, relataram não sentir mais interesse por relações sexuais, mesmo reconhecendo a importância do sexo no envelhecimento.
Quanto aos idosos ativos, a maioria (27,7%) realizam a prática quatro vezes por mês, sentiam-se satisfeitos após o ato (97,4%), tinham privacidade em suas casas (88,9%) e perceberam, com o passar dos anos, a presença tanto de alterações fisiológicas (72,2%) quanto relacionadas ao desejo (77,8%).
Embora a amostra não represente um quantitativo estatístico suficiente para o município, pode-se inferir que é possível a manutenção da vida sexual na velhice, ressaltando-se que se trata de um desejo individual de cada um, mas que, se desejado, pode proporcionar uma melhora na qualidade de vida e bem estar a essa população.